Nas minhas poucas e variadas leituras de fim e semana e numa mistura de reflexões sobre a humildade que deve acompanhar o ser humano, encontrei o pequeno texto que se segue e que achei adequado para ser base de reflexão a cada um de nós.
Esta pequena mas ilustrativa história pode ser gatilho de uma reflexão mais alargada do quão importante é a ousadia de questionar tudo e todos e a nobreza de admitir o erro, como um gesto de humildade que deveria constituir o ADN das pessoas.
Aqui fica a pequena história…
Em 1930, na conferência da Sociedade Alemã de Física, em Leipzig, Einstein acabava de apresentar uma equação sob aplausos estrondosos. Quando perguntaram se alguém tinha dúvidas, o salão permaneceu em silêncio. Quem ousaria questioná-lo?
Então, uma voz juvenil ecoou da última fileira:
“O que o Professor Einstein disse não é absurdo, mas a segunda equação que ele escreveu não decorre da primeira. Na verdade, requer outras suposições que não foram feitas e, o que é pior, não satisfaz um critério de invariância, como deveria.”
O público ficou atônito. O próprio Einstein, ao invés de se irritar, ficou imóvel, examinando sua equação enquanto coçava o bigode, perdido em pensamentos. O silêncio durou um minuto.
Então, ele virou-se para a plateia e disse, com humildade:
“A observação daquele jovem está perfeitamente correta. Portanto, peço que esqueçam tudo o que eu disse hoje.”
Aquele jovem de 22 anos era Lev Davidovich Landau, que, a partir daquele dia, emergiria da obscuridade para se tornar um dos maiores físicos teóricos da União Soviética.
Mas aquela conferência não apenas revelou um gênio: ela mostrou a humildade de Einstein, um dos maiores intelectos da história que não hesitou em reconhecer o seu erro publicamente, provando que o verdadeiro conhecimento não alimenta o orgulho, mas fortalece a grandeza da humildade.
Seja como Landau, com a ousadia de questionar.
Seja como Einstein, com a nobreza de admitir um erro.
António José Ribeiro, Presidente da Direção da A2000





