“A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família” (Leon Tolstoi)

Clientes fazem atividades em sala e visitam estação ferroviária do Peso da Régua

Família, cultura e acessibilidade foram os temas principais de toda a atividade do projeto “Direito de Ser” durante o mês de agosto.

Os momentos de crise e dificuldade que atravessam as nossas vidas e a vida das comunidades em que nos inserimos, como é o caso da pandemia que assola todo o Mundo nesta altura, reforça a importância da família como um dos pilares essenciais à promoção do nosso bem-estar e qualidade de vida. Através de trabalhos manuais que realizaram, os clientes retrataram as respetivas famílias e puderam partilhar a importância que as mesmas têm na sua qualidade de vida e na ajuda que lhes prestam em tudo o que necessitam. A mensagem central das atividades em torno do Direito à Família foi a de que “família é onde há amor”, e esse amor pode existir em vários tipos de famílias, seja no modelo tradicional (como marido, mulher e filhos), seja do tipo monoparental ou em casais do mesmo sexo (dois homens ou duas mulheres). Até porque, tal como também foi referido com os clientes, uma família pode ser formada por pessoas que não tenham laços de sangue entre si. O importante é o amor e afeto que existe entre elas.

Relativamente ao direito à cultura, agosto foi um mês em que se procurou definir com os clientes em que consiste este direito específico e a importância que usufruir do melhor das artes tem para o nosso bem-estar e até a preservação do nosso património, tradições, costumes e identidade. Definimos “cultura” como um conjunto de características específicas que identificam um povo e, com exemplos ilustrativos, os clientes puderam conhecer e distinguir várias culturas com base em aspetos distintivos como danças, gastronomia, vestuário, acessórios e até cumprimentos e modos de relacionamento entre pessoas. E, como valorizar o que de melhor temos para mostrar também pode ser uma forma de transmissão da nossa cultura, nada como juntar a este direito a vivência de um dia diferente e divertido, e passear de comboio entre o Pinhão e o Peso da Régua com os clientes de Armamar e Tabuaço. O contacto com a natureza e as paisagens deslumbrantes do Alto Douro Vinhateiro maravilhou os clientes, que adoraram a visita a um património que nos é tão característico enquanto habitantes de uma das regiões mais belas do Mundo. Neste passeio, também aproveitámos para trabalhar os já falados Direitos ao Lazer e ao Bem-Estar, assim como o Direito à Acessibilidade (abordado este mês), através da apreciação da adequação dos acessos às características específicas de várias pessoas com limitações em termos de mobilidade e de comunicação. Também os clientes de Murça tinham planeada a realização de um passeio que, no entanto, teve de ser adiado.

Tal como referido, agosto foi também um mês em que refletimos sobre o Direito à Acessibilidade e o problema que as más acessibilidades criam a pessoas com deficiência e incapacidade, que se vêm impossibilitadas de aceder a serviços de grande importância ou até de fazer coisas simples, como entrar numa loja ou num espaço público. Ao longo do mês, foi dinamizada nesse sentido a “Caça à Rampa”, atividade em que fomos à descoberta de locais que estão bem e mal preparados em termos de acessibilidades e procurámos sensibilizar a comunidade para os problemas muito graves que tal situação pode provocar na vida de muitas pessoas.

Aos estabelecimentos que preveem acessos adaptados a pessoas com mobilidade reduzida, foi atribuído um Certificado de Acessibilidade que atesta esse facto, e que dessa forma reconhece a preparação desses espaços em receber pessoas com dificuldades ao nível da mobilidade, bem como da comunicação devido a diversas patologias (ex.: surdez e cegueira).

O balanço desta iniciativa foi extremamente positivo, não só pela excelente forma como fomos recebidos pelos proprietários dos espaços dos três concelhos deste projeto, como também pelo esforço e prontidão que as pessoas que nos receberam revelaram, no sentido de exemplificar de que forma procederiam caso tivessem que prestar ajuda a um cliente com incapacidades de diversos tipos. Ainda que nem todos os espaços estejam completamente preparados para estas situações, notámos uma grande sensibilização da comunidade para com estas temáticas.

Este tema foi recriado pelos clientes de Murça através de trabalhos manuais, que resultaram numa magnífica cadeira de rodas construída à base de cartão, e em Armamar e Tabuaço os clientes «transformaram» uma cadeira normal numa «cadeira de rodas» improvisada, na qual foi escrito o título “Direito à Acessibilidade” em português, língua gestual portuguesa e braille.

Também em Murça foi realizada uma atividade em parceria com o CLDS 4G Murça Milhões de Esperanças a propósito deste último direito, que visou a sensibilização dos comerciantes e habitantes locais para a problemática da igualdade nas acessibilidades, convidando-os a experienciar a movimentação numa cadeira de rodas.

Tal como habitualmente sucede neste projeto, foram expostos os nossos trabalhos nas Câmaras Municipais de Armamar, Murça e Tabuaço e distribuímos panfletos à população alusivos a estes direitos, de forma a sensibilizá-la para estes temas tão importantes. Em Murça, tivemos ainda uma visita do Presidente da Câmara Municipal, Mário Lopes, que aproveitou para se inteirar do desenvolvimento das atividades que estamos a realizar no concelho.

De referir que este projeto é cofinanciado pelo Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) e conta com a parceria dos Municípios de Armamar, Tabuaço e Murça, e tem como público-alvo pessoas com deficiência ou incapacidade residentes nestes concelhos. Visa proporcionar aos participantes a oportunidade de realizarem atividades novas no seu quotidiano e desenvolverem competências ao nível da sua cidadania e participação. Sendo a finalidade última, divulgar e esclarecer a comunidade sobre os Direitos Humanos e, principalmente, sobre os direitos das pessoas com deficiência ou incapacidade (PCDI).

Olinda Coutinho, Patrícia Maçãs e Paula Conceição, Técnicas da A2000

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