Como educar uma criança para que se sinta segura

Cartaz com crianças em formato de desenho animado

Os primeiros anos de vida são repletos de desafios e exigências, e é na superação dos mesmos que a criança desenvolve as suas competências cognitivas, emocionais e sociais.

Quando estes desafios e exigências são demasiado para a criança, ou esta não tem competências suficientes para os superar, o seu desenvolvimento pode ficar comprometido. Neste sentido, hoje vamos abordar as consequências emocionais na criança quando estas não conseguem gerir essas mesmas exigências e desafios.

Este é um tema muito abrangente e que teremos oportunidade de continuar a explorar em outras edições, mas hoje vamos falar da insegurança da criança, como se manifesta e algumas estratégias a pôr em prática em casa, pelos pais.

Todos nós sabemos que as crianças não têm a mesma capacidade que o adulto para se expressar verbalmente, daí que a forma que as crianças usam para demonstrar que algo não está bem é através de sinais/sintomas que tão bem conhecemos.

Formas de a insegurança se manifestar:

 Comportamento agressivo com os pais e/ou pares;
 Birras;
 Medos;
 Enurese noturna (fazer xixi na cama);
 Dificuldades em dormir;
 Perda de apetite ou apetite excessivo;
 Choro fácil;
É muito importante ter em atenção que todas estas formas de manifestação podem acontecer em crianças sem qualquer tipo de problema, cabendo aos pais, educadores e demais técnicos, discriminar se estas alterações são ou não normais e adequadas à etapa de desenvolvimento em questão. É importante que, em qualquer dos casos, não se desvalorize a criança, tentando sempre perceber o porquê de determinado comportamento.

Estratégias para educar contra a insegurança

Não generalizar: uma coisa é a criança fazer algo errado, outra é ele ser “rotulado” como alguém que faz sempre tudo errado. Uma coisa é o que ela é, outra é o que ela fez! Por exemplo, a criança deixou cair um copo, não é por isso que ela é sempre trapalhona. A criança esqueceu-se de arrumar a mochila, não é “cabeça no ar”.
Quando der uma ordem ou fizer um reparo, faça-o com carinho, de forma a educar a confiança da criança.
Não ironizar, a criança não percebe uma ironia: “Sim senhor, fizeste um lindo serviço”, para se referir a algo de errado que a criança fez.
Não fazer dela o centro das atenções, mas deixar que brilhe quando está no grupo: dê-lhe espaço e tempo para se ambientar e poder contar uma história/ fazer uma dança!
Falar com a criança sobre ela, aquilo que gosta, as suas características, os seus gostos, os seus amigos… ela é única e deve gostar dela própria, desta forma estamos a promover a sua autoestima, uma das maiores ferramentas para lidar com a insegurança.
Fazer elogios sempre que faz algo correto. Se fizer algo errado não a desencorajar nem dizer “não é assim que se faz”, prefira antes “está bem, mas tu és capaz de fazer melhor, ora tenta!” Evite utilizar a palavra “NÃO”, vamos educar pela positiva.
Dizer o quanto a ama, abrace-a, dê-lhe beijos e mime-a.
Dedique-lhe tempo, faça perguntas e escute com atenção, brinque com ela.
Esteja presente, seja numa festa, num jogo de futebol, mas acima de tudo, esteja presente na vida dela, sempre.
Este é um tema de grande importância e, como técnica de intervenção precoce na infância e psicóloga, um dos meus enfoques de acompanhamento e intervenção das crianças e respetivas famílias. Vamos contribuir para que a criança se sinta segura, e quanto mais segura se sentir mais feliz será.

E não há nada melhor do que ver uma criança feliz e a sorrir.

Já fez a sua criança sorrir hoje?

Joelma Monteiro, Psicóloga da A2000

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