O mês de janeiro deste ano 2021 revelou-se com agruras impensáveis e inimagináveis.
Este janeiro ficará marcado, para todo sempre, como o pior mês da pandemia da Covid-19 em Portugal. Efetivamente o número de infeções cresceu de forma desmesurada e imprevisível, fustigando milhares de pessoas e provocando enorme pressão nos hospitais.
Esta crise sanitária tem afetado praticamente todos. Contam-se se calhar pelos dedos das mãos o reduzido número de famílias que têm escapado ilesas à passagem da Covid-19, agora com variantes mais agressivas e com maior facilidade de propagação.
A situação atingiu números tão graves de infeção e de mortalidade (os piores do planeta) que o Presidente da República e o Governo de Portugal decretaram mais um período de confinamento obrigatório, o segundo em menos de um ano, caracterizado pelo “dever de recolhimento domiciliário”, com paragem forçada das escolas e das demais atividades presenciais das instituições e empresas, excetuando-se as atividades consideradas essenciais à vida imediata…
O quotidiano mudou tanto que mais parece estarmos no meio duma tempestade que teima em não passar. O convívio e a socialização estão proibidos, assim como praticamente todas as atividades presenciais. Num piscar de olhos passamos obrigatoriamente para o digital e o teletrabalho e, quase todas as atividades presenciais congelaram, por causa do “frio desta tempestade” que começou há um ano…
Este mês de janeiro também se iniciou, em paralelo, com a vacinação das pessoas, o que tem funcionado literalmente como injeções de esperança de que a tempestade irá abrandar ao longo do primeiro semestre, estimando-se a possibilidade gradual de se retomar da vida nos moldes pré-Covid.
A minha esperança é que, mais uma vez, esta tempestade sem precedentes, ao abanar as construções socioeconómicas contribua para fortalecer o espírito da solidariedade e humanidade. A minha esperança é que esta tempestade dispa definitivamente as pessoas dos preconceitos que limitam o desenvolvimento saudável da humanidade. Para isso é bom que esta tempestade tombe todas as construções preconceituosas e que não deixe pedra sobre pedra… e que a reconstrução seja definitivamente mais sólida e equitativa territorialmente, sem deixar ninguém para trás. É isto que pedimos para as centenas de pessoas que a A2000 apoia neste interior quase deserto.
Eu acredito que depois da tempestade virá (de certeza) a bonança! E que existe a forte possibilidade de o mundo se tornar bem melhor que antes. Estou convicto que este ano é que vai ser. Acredito que iremos ficar melhor, confio que a A2000 terá acesso a uma série de respostas sociais que fazem falta para a proteção e melhoria das condições de vida dos nossos clientes e famílias. Eu acredito!
António Ribeiro, Presidente da Direção