Os Impactos do uso excessivo de ecrã na primeira infância.  

A primeira infância caracteriza-se por uma fase que vai desde o nascimento até os 6 anos. É um período valioso para a construção mental, emocional e social da criança. O ambiente no qual está inserido, os cuidados dispensados pelos pais e/ou cuidadores, estímulos e alimentação são muito importantes nesta fase de maturação cerebral.

Um ponto de grande importância para o desenvolvimento infantil são as habilidades que ela adquire durante o brincar. A criança aprende a reagir aos estímulos, explorar objetos, estimular a imaginação e criatividade. Entretanto, com o passar dos anos, nota-se que o brincar vem sofrendo alterações na sua forma.

As tecnologias estão a ganhar muito espaço. Diariamente é possível ver crianças passando grande parte do seu tempo em smartphones e tablets, consumindo jogos e vídeos, esta exposição vem sendo feita pelos próprios pais e/ou cuidadores, com a intenção de entreter a criança. Os brinquedos típicos da infância, o brincar na rua, tem-se tornado cada vez mais raro.

A era digital traz consigo benefícios e malefícios, podendo ser aproveitada de forma educativa e comunicativa, trazendo facilidades à vida que antes não eram possíveis, mas por outro lado pode trazer prejuízos, causados não pela tecnologia em si, mas pelo uso incorreto e precoce, causando dependência até nas crianças.

O excesso do uso de aparelhos tecnológicos afeta a maturação cognitiva, podendo manifestar um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, causando deficits e atrasos na fala e na linguagem afetiva, afetando a socialização da criança, podendo causar baixo desempenho escolar, transtorno do sono, aumento do sedentarismo e problemas visuais. Além disso, pode resultar em intolerância, ansiedade e redução nas manipulações e brincadeiras físicas. Somado a isso, é possível relacionar cansaço extremo, estresse crônico, problemas comportamentais, depressão, problemas de concentração e mudanças rápidas de humor.

Contudo, o uso adequado das tecnologias pode tornar-se um aliado à aprendizagem lúdica, onde as crianças podem explorar atividades sensoriais, o que facilita a aprendizagem, aperfeiçoamento das habilidades motoras e cognitivas, auxilia o processo de tomada de decisão e autonomia.

É importante impor limites de acordo com a idade e etapas do desenvolvimento das crianças e adolescentes. Em crianças menores de dois anos é sugerido que não sejam expostas aos ecrãs, mesmo que de forma passiva. Entre dois e cinco anos, o tempo deve limitar-se a uma hora diária. Dos seis aos dez anos, duas horas diárias, lembrando que deve ter sempre a supervisão de um adulto e/ou responsável.

Vale ressaltar que, em todas as idades, não se recomenda o uso de tecnologias durante as refeições, é importante uma intervenção dos responsáveis, dando o exemplo quanto ao uso dos ecrãs, visando promover uma rotina mais dinâmica e saudável, que vai além de favorecer o bem-estar físico da criança, como também estabelecendo a possibilidade de usufruir da tecnologia sem fugir das diretrizes recomendadas.

Carlla Tancredi, Técnica de IPI

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