Em tempos excecionais, realidades excecionais.
A A2000, instituição que tem no contacto humano e interação social presencial um vetor fundamental da sua atividade, teve de reformular, num prazo de tempo extremamente curto, todo um conjunto de metodologias de trabalho e formas de interação com os seus clientes, e o teletrabalho passou a ser uma realidade incontornável do quotidiano dos colaboradores dos vários serviços e projetos da Associação.
Nas atividades de formação, o impacto foi bastante significativo e, com o contacto com os formandos extremamente reduzido, foi tempo de trabalho burocrático e planeamento do regresso à atividade presencial, conforme sublinhou Ana Marisa Camilo, uma das formadoras da A2000. “Não consigo estabelecer nenhuma comparação entre a formação presencial e o teletrabalho. São duas realidades completamente distintas, em que as prioridades do nosso trabalho passam também a ser diferentes. Enquanto que eu, nas atividades de formação regular, tenho um contacto naturalmente próximo com os meus formandos, durante o teletrabalho apenas contactei pontualmente, por telefone, para dar informações relativas à formação. De resto, foi um trabalho mais burocrático, de tratamento de documentos de apoio à formação, para estarmos preparados para o recomeço das atividades presenciais”.
Para a psicóloga da A2000, Mara Rezende, os desafios deste período passaram por adaptar as rotinas laborais a um novo ambiente, a partir de casa, e realizar um acompanhamento aos clientes com o recurso o mais ajustado possível às condições tecnológicas existentes. “A situação atual da Pandemia do COVID-19 exigiu adaptações na nossa rotina de vida diária, quer a nível pessoal, quer profissional. O teletrabalho passou a ser uma realidade e exigiu esforço e adaptação a esta “nova” forma de trabalhar. Foi necessário ajustar o seio familiar a esta realidade e, de igual modo, prepararmo-nos para realizar atividades que até então não haviam sido utilizadas, principalmente a nível tecnológico. A meu ver, o que me facilitou foi o facto de tentar assemelhar o máximo possível o ambiente de “casa” ao ambiente do “gabinete”, mantendo rotinas de trabalho e estabelecendo objetivos diários. A utilização das novas tecnologias permitiu que a comunicação fluísse enquanto equipa técnica e, ao mesmo tempo, permitiu que conseguisse enquanto psicóloga manter a intervenção psicológica, assegurando que os formandos lidariam com a situação atual da forma mais ajustada possível”.
Para Kelly Guedes, técnica de comunicação da A2000, a adaptação ao teletrabalho foi bem conseguida e a produtividade não sofreu alterações, ainda que o convívio com os colegas tenha feito a sua falta. “Trabalhar em casa exigiu a transformação da minha sala de estar num espaço de trabalho improvisado. Foi uma adaptação e uma nova forma de estar. Senti que a comunicação foi eficaz graças às várias plataformas que já estávamos habituados a usar no nosso dia-a-dia e não prejudicou a produtividade. Apercebi-me de uma diminuição do stress e uma maior concentração pelo facto de poder trabalhar sem muitas distrações. Apesar das vantagens, notei a falta da companhia dos colegas de trabalho, do contacto direto”.
Gonçalo Novais, Técnico da A2000
Numa entrevista realizada à Universidade FM no âmbito do programa “Para Cá dos Montes”, dinamizado pela Associação Vale D’Ouro, o presidente da A2000, António José Ribeiro, também abordou o tema do teletrabalho, e elogiou a dinâmica dos colaboradores dos vários serviços, na adaptação a esta nova realidade laboral. “Durante o período do estado de emergência, a nossa prioridade foi recorrer aos nossos recursos tecnológicos para prestar acompanhamento regular aos nossos clientes, e manter a comunicação nas diversas equipas técnicas, no âmbito do desenvolvimento dos vários projetos e serviços que temos em funcionamento. Apesar das grandes diferenças entre o contacto presencial e o acompanhamento à distância, os colaboradores da A2000 foram capazes de manter a sua interação com os vários clientes, e continuar o seu acompanhamento”.